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Texto: caixas para histórias...


Os contos que as caixas contam o mundo pode acontecer através de uma caixa de história.

Inventar, ler e contar histórias são tarefas importantes nas creches e prè-escolas. A narrativa para crianças pequenas envolve todas as oportunidades de interação que a criança tem com seu mundo imaginário. Ouvir e ler histórias de várias formas, fazer de conta, dramatizar com fantoches as leva a aprender melhor a realidade.
O educador, o contador de histórias, deve estar atento para perceber se as histórias estão instruindo, comovendo, agradando. Saber contar histórias significa saber a quem contar, quando contar, o que contar e como contar.
O livro é um dos principais mediadores de uma história. Adultos e crianças devem ter acesso fácil aos livros. Abrir um livro é começar a sonhar, imaginar, associar e elaborar fatos da realidade. Dos livros surgem príncipes corajosos, lobos ferozes, princesas belíssimas e bruxas malvadas. Simpáticos anões ou avozinhas vivem em cenários maravilhosos de castelos distantes em reinos desconhecidos....
Para o educador variar na sua escolha de como e o que contar, podemos criar e adaptar as histórias de muitas maneiras e uma delas são as caixas. É, caixas que contam contos, caixas que contam histórias. Podem ser grandes ou pequenas. Quadradas ou redondas. Devem ter cenários coloridos, castelos e mares bravos, rios que levam a todos os lugares.
Para produzir uma caixa é preciso buscar papéis coloridos, colar retalhos de tecido, plásticos, espelhos, sementes, bolas de gude, todo e qualquer material reciclável que o educador tiver.
Quando pronta é só abri-la? Não. Não basta só abri-la.
É preciso um acontecimento! Às vezes cômico, outras vezes trágico, monstruoso ou até grotesco. Especialmente único, sublime! Criando expectativa sobre o que guarda a caixa, podemos gerar conflitos para as hipóteses das crianças, desafiá-las a construírem perguntas, a levantarem questões sobre os enredos, cenários e personagens.
As caixas podem ser, portanto, um recurso de mediação. A criança assim, amplia o seu vocabulário, expressa as suas dúvidas, os seus sentimentos em relação ao meio social em que está inserida, permitindo a manifestação de algumas emoções, como raiva, medo e alegria. As caixas também podem ser um dos recursos para trabalhar com as crianças hábitos de higiene como escovação de dentes e o banho. Ainda possibilitam ampliar os conhecimentos das crianças sobre folclore, lendas, mitos, fábulas e contos. As caixas dão oportunidade para discutir temas variados com as crianças, mas é bom não perder de vista que o mais importante é o interesse delas na atividade.

Se entre as crianças há conversa, briga ou dispersão, é porque algo de errado está acontecendo na escolha do contador. Para saber se está comovendo, agradando as crianças, é fácil: basta olhar para os pequenos ouvintes. Eles deixam transparecer claramente o interesse com que compartilham dos contos que também as caixas contam.

De: Lésia M. Fernandes Silva, Edna Ap. A. da Costa e Ana Maria Mello
Do livro " Os fazeres na Educação Infantil" pg. 91 - Cap. 23.

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